Primeiramente, inicio esse agradecendo ao amigo Marcelo Sousa por todas as dicas e também por ajudar com o roteiro para a volta da Ilha Grande.
Com a sua ajuda, foi bastante fácil seguirmos e aproveitarmos cada momento!
Valeu cara! Muito obrigado!
Algumas informações importantes antes de começar o relato:
- Ao chegar em Angra dos Reis, dirija-se para o Centro de Informações Turísticas, para solicitar autorização para acampar na Praia de Aventureiro. O centro de informações está localizado em Av. Airton Senna, 680 – Praia do Anil;
- A Praia do Aventureiro, Praia do Sul e do Leste fazem parte de uma área de conservação, administrada pelo INEA, por esse motivo há a obrigatoriedade da solicitação de autorização.
Entretanto na praia de Aventureiro, não nos foi solicitado nenhum comprovante de autorização, bem como os turistas que lá estavam, nem sabiam desta obrigatoriedade.
- O percurso pelas Prais do Sul e do Leste a pé, são proibidos devido a pertencer à essa área restrita. Com isso, o INEA informa que o trajeto de Aventureiro a Parnaioca deve ser realizado de barco. (Porém seguimos por estas a pé sem problemas, pois infelizmente não há fiscalização alguma, bem como nos deparamos com muito lixo, próximo à rocha que faz divisa entre a Praia do Sul e do Leste.);
- Quanto a área pertencente ao Parque Estadual da Ilha Grande, o acesso é livre, porém a prática de camping não é permitida;
Clique para ampliar
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- Caso vá de carro, é importante realizar uma cotação com antecedência sobre os estacionamentos da região. Infelizmente não posso recomendar o que deixamos o carro, pois a pessoa não realiza mais o trabalho de estacionamento;
- Existem algumas formas de transporte para a Ilha Grande, sendo o catamarã uma das mais utilizadas e custa em média R$ 25 – 30.
- Também existem opções mais econômicas como a barca administrada pela CCR, que é uma forma de transporte público da região. O preço está na faixa de R$ 17 e esta foi a nossa opção.
Vale ressaltar que os horários da barca são bem limitados, então caso opte por essa, fique atento!
O embarque para a barca ocorre no Cais da Lapa, localizado no Porto de Angra dos Reis, ao lado do Ministério da Fazenda, na rua Oswaldo Neves Martins, sem número.
Horários de transporte da barca:
Ida – Cais da Lapa -> Cais do Abraão – Dias úteis: 14h às 15h30; Sábados, domingos e feriados: 12h às 13h30.
Volta – Cais do Abraão -> Cais da Lapa – Dias úteis: 9h30 às 10h, 17h às 17h30 Sábado, domingos e feriados: 9h30 às 10h, 16h às 17h30.
Já tenha em mente sua programação para o dia e horário de seu retorno ao continente. Você pode comprar a volta de forma antecipada e evitar que fique sem lugar devido a lotação.
Para mais informações, acesse: http://www.grupoccr.com.br/barcas/Estacoes/
- Se você deseja fazer apenas meia travessia, iniciando desde a Praia de Aventureiro, também é possível. O embarque ocorre no cais da orla central, ou na Estação Santa Luzia (CIT – TurisAngra).
Os transportes no geral, são feitos por barcos de madeira do tipo “traineira”, que podem levar cerca de 2h30 de viagem ou por barcos de turismo do tipo flexboat, que levam menos de 1h.
Em caso de ressacas, ventos fortes, mar muito bravo e outras adversidades que envolvam a natureza da região, o transporte direto para Praia de Aventureiro ou de Aventureiro para Angra dos Reis, pode ser interrompido, haja visto que se torna arriscado à segurança.
- Sobre os valores dos campings na Ilha, estes variam pouco. Geralmente custam entre R$ 20 e R$ 30/ pessoa. Vale alertar que boa parte não possuem formas de pagamento por cartão, então leve dinheiro.
#Dica: Leve óculos de natação ou snorkel para praticar flutuação no mar. Certamente será muito proveitoso, conforme verá nos vídeos mais abaixo e fotos presentes no relato!
Este é o nosso tracklog gerado com a caminhada:
#Dica: O wikiloc possui uma certa restrição quanto ao nº de pontos de passagem, então você pode baixar o arquivo GPX completo aqui.
Para ver todas as fotos da Volta da Ilha Grande, acesse nosso álbum no flickr.
Abaixo segue nossa série de quatro vídeos, totalizando 30 minutos com o resumo da Volta da Ilha Grande:
Agora vamos ao relato! 🙂
No dia 6 de janeiro de 2018, Falco, Rosana e eu fomos para a Ilha Grande para conhecermos as belezas naturais daquele lugar, bem como dar a volta andando pela ilha.
” Por coincidência, 6 de janeiro também é a data de aniversário do descobrimento da Ilha, que ocorreu em 1502 pelo Navegador Gonçalo Coelho. A Ilha Grande, ou como era chamada pelos índios Tamoios, “Ipaum Guaçu”, faz parte da história da colonização do país e foi marcada com guerras, muito sangue europeu e indígena durante o século XVI, bem como também sofreu com o tráfico ilegal de escravos, que teve seu fim em 1888, com a abolição da escravatura.”
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-da-ilha-grande-angra-dos-reis
Então durante a nosso trajeto, foi possível observarmos alguns resquícios desse período inicial da chegada dos europeus à ilha, bem como partes da história recente.
Nosso embarque em Angra dos Reis ocorreu às 13h30 e o percurso levou cerca de duas horas até a Vila do Abraão.
De lá, seguimos em busca do Camping do Bicão, onde passamos nosso 1º pernoite. Porém recomendo o camping Cantinho da Ilha, por ser mais organizado e possuir o mesmo preço.
Nós conhecemos o Cantinho da Ilha apenas em nosso último dia e sua localização fica na Rua Getúlio Vargas, s/n – Vila do Abraão, Site: https://www.cantinhodailha.org.
Em nosso roteiro original, havíamos planejado fazer o ataque ao Pico do Papagaio já no 1º dia ou início do 2º dia, porém o clima não estava propício. Infelizmente estava chovendo um pouco e a visibilidade do pico não era das melhores, então deixamos para realizar esse trecho em nosso último dia.
Como ainda era cedo, então mesmo com clima nublado e chovendo um pouco, resolvemos dar uma volta pela Praia de Abraão, onde ficamos sentados à mesa de um dos bares, enquanto Falco tomava uma cerveja.
Um pouco sobre a história da Vila do Abraão:
“Chamada de distrito de Abraão após a proclamação da República em 1891, esse trecho da ilha já levou o nome de Fazenda do Holandês e abrangia não somente onde hoje é conhecido como Abraão, mas também a Praia Preta.
No século XIX, mais precisamente em 5 de dezembro de 1863, Dom Pedro II visitou a ilha e ficou encantado com sua beleza da natural e a tranquilidade do lugar.
Nesta época, se via a necessidade da construção de um novo lazareto, para recepcionar imigrantes para quarentena, geralmente com foco na cólera.
Durante sua visita à ilha, D. Pedro II pernoitou na Fazenda do Holandês e chegou a contribuir com uma esmola ao devoto Manuel Caetano de Lima, para a construção da capela na vila, hoje conhecida como igreja da praça central , cujo padroeiro é São Sebastião.
Ao contrário do que se imagina, Abraão não tem ligação com o personagem bíblico, mas sim porque os antigos portugueses chamavam as enseadas de “Abra” e como esta era uma “Abra Grande”, ficou conhecida como Abraão.
Fontes:
https://www.ilhagrande.com.br/ilha-grande/historia/dom-pedro-lazareto/;
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-do-abraao-ilha-grande
Algumas fotos até aqui:
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2º dia – 07-01-2018
Por volta das 9h40, já estávamos deixando o Camping do Bicão e o dia amanheceu nebuloso, com uma chuva que ia e voltava.
Seguimos nossa caminhada rumo ao Saco do Céu, porém passando por alguns pontos históricos da ilha, sendo o primeiro deles as ruínas do Lazareto, que fica a apenas 20 minutos de distância desde o camping.
#Dica: Como as ruínas do Lazareto fica bem próximo à vila de Abraão, você pode optar em eliminar esse trecho já em seu dia de chegada à ilha.
Um pouco sobre as ruínas do Lazareto:
“Um lazareto é uma estação de quarentena para viajantes marítimos. Estes podem ser navios permanentemente ancorados, ilhas isoladas ou edifícios continentais. Em alguns lazaretos, os itens postais também eram desinfetados, geralmente por fumigação.
Construído em 1871, inicialmente o Lazareto servia para receber pessoas enfermas que chegavam ao Brasil vindas de outros países.
Foi projetado pelo engenheiro Henrique Alvares da Fonseca, que junto de seu auxiliar Francisco de Paula Freitas, foram os responsáveis por sua construção.
Funcionou como Hospital de quarentena até 1913, quando o médico e sanitarista Doutor Oswaldo Cruz, concluiu que o local não impedia a disseminação de doenças.
De lazareto, tornou-se colônia penal em 1932, já no governo de Getúlio Vargas (Estado Novo), quando teve início a revolução constitucionalista em São Paulo.
Quando presídio, recebeu inclusive um atual imortal da Academia Brasileira de Letras, o Orígenes Lessa, que teve atuação no período da revolução.
Estando lá escreveu os livros:
- “Não Há de Ser Nada…”, Reportagem sobre a Revolução Constitucionalista;
- “Ilha Grande”, Jornal de um prisioneiro de guerra.
Em 1939 foi utilizada por fuzileiros navais como alojamento. Nesta época ocorria a 2ª guerra mundial, então era comum haver manobras militares, onde ficavam mais de 10 navios na enseada do Abraão.
Em 1940, passou por novas reformas, para novamente tornar-se uma colônia Penal, agora recebendo o nome de “Colônia Penal Cândido Mendes”, que abrigou presos comuns até 1954.”
Fontes:https://en.wikipedia.org/wiki/Lazaretto;
http://ilhagrande.org/pagina/lazareto-ilha-grande;
https://educacao.uol.com.br/biografias/origenes-lessa.htm;
https://www.ilhagrande.com.br/ilha-grande/historia/presidios/.
Algumas fotos
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Depois do Lazareto, seguimos para o Poção e também para o que sobrou do Aqueduto do Abraão.
Lá no poção, há uma pedra com algumas inscrições, que não achei informações a respeito na internet. Então se você estiver lendo aqui e souber mais detalhes, por favor deixe nos comentários! 😉
Bem ao lado do Poção, encontram-se as ruínas do Aqueduto, que também tem ligação com o Lazareto.
Um pouco sobre o Aqueduto:
“Este foi responsável pelo abastecimento de água para a unidade de quarentena e para a Vila do Abraão.
Construído em 1893, com pedras esculpidas pelos escravos e argamassa reforçada com óleo de baleia, possui 125 metros de extensão e 30 metros de altura.
A água era captada do córrego do Abraão, chegando aos reservatórios a uma vazão de 1000 litros por hora.”
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/aqueduto-ilha-grande
Algumas fotos
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Saindo das ruínas do Aqueduto, seguimos a trilha agora em direção à Cachoeira da Feiticeira, onde chegamos às 11h30.
Mesmo com tempo nublado, Falco e eu resolvemos entrar nas águas do local.
Havia muita gente, boa parte eram argentinos que estavam conhecendo a ilha através de um passeio de barco.
Ficamos lá por mais de 1h e depois demos uma rápida passada pela Praia da Feiticeira.
Algumas fotos
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Logo após esta rápida passada, retomamos a caminhada em direção ao Saco do Céu, passando pela Praia de Camiranga e do Perequê, até chegarmos à “Pousada Gata Russa” às 15h, onde acampamos por indicação do amigo Marcelo Sousa.
A pousada oferece uma boa estrutura e existe uma cozinha do lado externo, que pode ser usada por quem acampa.
Algumas fotos
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3º dia – 08-01-2018
Por volta das 9h10 da manhã, já estávamos saindo da Pousada Gata Russa.
Em nosso planejamento original, esse seria o dia para irmos à Lagoa Azul. Para isso, deveríamos seguir à Ilha dos Macacos, onde segundo nosso amigo Marcelo, alugaríamos um caiaque com a dona de um bar, chamada Edinéia.
O percurso seria uma remada de aproximadamente 500 m.
Porém, novamente o clima estava chuvoso e não valeria a pena incluir esse trecho no trajeto. Então resolvemos seguir o percurso do dia até a Praia de Matariz.
Por volta das 10h, chegamos à Praia do Funil. O local faz jus ao nome, pois é uma prainha bem estreita, que seu desenho seguindo em direção ao mar vai se abrindo, dando a sensação de estarmos na ponta de um funil.
No local também existe um campo de futebol, pertencente aos moradores da Praia de Japariz, por onde passamos na continuação de nosso trajeto.
No trecho inicial da trilha após a Praia de Japariz, haviam caído algumas árvores, derrubando parte da rede elétrica. Com isso, nos deparamos com os fios e árvores pelo chão, como obstáculos para nós.
Aliás, em boa parte das trilhas, nos deparamos com esta situação e por sorte não havia nenhum fio desencapado, gerando eletricidade para o solo, ou mesmo a vegetação e tudo correu bem.
Algumas fotos
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Continuando o percurso, fizemos uma pausa na Praia de Freguesia de Santana.
Esse é outro ponto importante da história, pois foi a partir da Freguesia de Santana, que se iniciou o povoamento da Ilha Grande.
Um pouco da história:
“No século XVII, o lendário Major Bento José da Costa, proprietário das terras, construiu ali uma das mais prósperas fazendas de que se tem notícia na História da Ilha Grande. Esse foi o centro de desenvolvimento econômico da Ilha, região agrícola com grandes lavouras de café, legumes e cereais, além de engenhos de açúcar e aguardente, que era usada como escambo no tráfico de escravos da África.
Naquele período, no dia de Sant’Ana (Santa Ana – 26 de julho), a movimentação no povoado era intensa, recebendo romarias de barcos enfeitados de diversas localidades, sem contar a população de fieis, que vinham pé pelos caminhos e trilhas , para a quermesse que duravam dias.
Curiosamente, a padroeira da Ilha Grande não é mais homenageada como naquela época. Atualmente, a maior festa religiosa da ilha é a festa de São Sebastião, padroeiro do Abraão, que ocorre no dia 20 de janeiro.
O que restou da grandeza e prosperidade deste povoado, está hoje reduzido à secular Igreja de Sant’Ana, construída em 1843. Esta igreja é o mais importante monumento religioso da Ilha Grande e vem resistindo bravamente ao tempo e ao clima.
No local, também existe o cemitério abandonado e ruínas de casarões, senzalas e canais subterrâneos de água.
Infelizmente, por ser uma propriedade particular, sua visitação está restrita às areias da praia, ao entorno da igreja e as trilhas da região, porém vale a pena a visitar!
Atualmente a Freguesia de Santana é habitada com cerca de 50 moradores e é um ponto turístico de grande valor, não só para a Ilha Grande, mas também para a cidade de Angra dos Reis, de onde partem os passeios para a ilha.”
Fontes:
https://www.ilhagrande.com.br/praias/freguesia-de-santana/ http://www.ilhagrande.org/pagina/freguesia-de-santana-ilha-grande
Algumas Fotos
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Chega de história, vamos andar!
Durante o trajeto, passamos pela Praia de Grumixama, que é o nome de uma frutinha típica da região, que se assemelha tanto no sabor quanto ao formato à uma jaboticaba, porém é prima da pitanga e é considerada como a cereja brasileira.
Você encontrará essa frutinha em abundância na Praia do Caxadaço. Eu não tinha nenhuma foto desta frutinha, então coloquei a de outro blog onde a achei. Visite o https://pastaeporcini.blogspot.com/2012/12/grumixama.html
Infelizmente nem tudo é doce como a grumixama! Na praia que leva seu nome, foi possível notar a existência de lixo deixado por visitantes.
É uma pena que ainda nos dias de hoje, as pessoas sejam tão má educadas e não levem de volta o seu próprio lixo, para um descarte correto.
Retomamos a trilha, passamos por “Bananal Pequeno” e às 14h20 paramos em um bar na Praia do Bananal, pois a chuva não dava uma trégua e Falco estava com fome e a fim de tomar uma cerveja.
Esta região da Praia do Bananal, já foi palco de um deslizamento não muito recente, mas que foi notícia em todo país:
“Na madrugada de 1 de janeiro de 2010, ocorreu um deslizamento de terra e rochas, destruindo e soterrando 7 casas de moradores e a pousada conhecida como Sankay, matando 53 pessoas incluindo a filha de 18 anos dos proprietários.”
Veja uma notícia da época: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,deslizamentos-em-angra-dos-reis-matam-ao-menos-30-pessoas,489360
Andando pelo caminho atual da trilha, quase não se nota o desastre ocorrido em 2010, pois a natureza já tomou conta, porém é possível notar que haviam construções no local.
#Dica: Também existe uma trilha para o Pico do Bananal ou Mirante do Bananal. Caso tenha interesse em conhecer, dê uma olhada nesse tracklog! – Informações e fotos, acesse aqui!
Por volta das 15h45, já estávamos chegando em Matariz e procuramos pelo Dito, outra indicação do Marcelo para camping na região, porém ele não estava e ficamos aguardando no bar da praia.
Ali mesmo no local, uma das alças da mochila da Rosana havia soltado uma costura, então aproveitamos o tempo para consertar, de forma que aguentasse todo o restante da travessia.
#Dica: Para trilhas de longo percurso, leve sempre agulha, linha e silver tape em seu “kit de sobrevivência e socorros”! A gente sempre leva e desta vez se fez necessário.
Por volta das 16h30, Dito chegou no bar, nos cumprimentou, pediu uma dose de cachaça e virou numa golada só. Sem mostrar nenhuma mudança de estado, como se tivesse apenas tomado um gole de água, nos chamou para acompanhá-lo até sua casa, onde poderíamos acampar.
Dito é um típico morador local, nasceu e cresceu na ilha e uma ótima pessoa!
Fez questão de mostrar tudo e de forma muito receptiva, nos deixando utilizar inclusive um quarto vazio para que pudéssemos cozinhar.
Inclusive o banho no camping, por ora estava ocorrendo neste quarto. Como só havia a gente no local, não tivemos nenhum problema. Inclusive recomendo acampar no Dito!
Algumas fotos
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4º dia – 09-01-2018
Por volta das 7h10 já estávamos desmontando acampamento e finalmente o clima começou a melhorar. Já era possível notarmos alguns pontos de céu azul!
Antes de deixarmos o camping, Dito fez questão de abrir uns cocos para nós, como cortesia por termos acampado lá.
Por volta das 9h10 nos despedimos de Dito e do camping, agora o dia seria com uma bela caminhada abaixo de um céu totalmente limpo e ensolarado, sempre acompanhado do som das cigarras.
O destino final da caminhada deste dia seria ou a Praia de Araçatiba ou Vermelha, porém o ponto alto do caminho foi a visitação da Lagoa Verde.
No trajeto entre Matariz e Praia de Passa Terra, novamente nos deparamos com fios caídos por causa de queda de árvore. Desta vez não chegando ser um grande obstáculo pelo caminho.
Fizemos uma parada pela Praia de Passa Terra por volta das 10h10, pois havia um deck bastante convidativo, onde era possível avistarmos uma boa variedade de peixes de cima dele, bem como estrelas do mar.
Este dia estava perfeito e então resolvi dar um mergulho pra ver esses seres mais de perto. 🙂
Algumas fotos
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Continuando o percurso, passamos pela Praia de Maguariqueçaba e algum tempo depois, pela Sítio Forte, que leva este nome devido a sua geografia, com um imenso rochedo atrás.
“Na época da colonização da ilha, também haviam fazendas nesta região e na sua história mais recente, havia uma base para operações de captura de presos que tentavam fugir, da atual cadeia desativada na Praia de Dois Rios.”
Fonte:
https://www.ilhagrande.com.br/praias/enseada-sitio-forte/sitio-forte/
Depois de sítio forte, passamos pela Praia da Tapera e em seguida, a praia de Ubatubinha (13h20).
Algumas fotos
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A Praia de Ubatubinha é local onde há maior facilidade para ancorar barcos e veleiros, inclusive foi possível notarmos que é uma região frequentada por pessoas com maior poder aquisitivo, mas que buscam apenas relaxar.
Nesta região também há criadouros de mariscos como as chamadas “vieiras” ou do francês “coquille saint-jacques”, geralmente usado na fina gastronomia.
Por volta das 15h40, chegamos na Lagoa Verde!
Pelo horário, já não haviam tantos turistas no local e essa é uma região bastante frequentada por quem faz os passeios de barco, pois é um ótimo local para mergulhar e fazer flutuação com snorkel.
Algumas fotos
Lagoa Verde, Ilha Grande-RJ #theta360 –
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Após aproveitarmos muito bem a Lagoa Verde, era hora de seguirmos nosso rumo, sentido Praia de Araçatiba, onde chegamos às 17h50.
Ficamos num lugar chamado “Camping do Bené”, porém estava bem lotado, em reforma e tivemos dificuldades em montar as barracas.
Então caso chegue até esse ponto e encontre o lugar em situação semelhante, recomendo seguir mais adiante e acampar no “Camping Bem Natural”, que está localizado entre Araçatiba e Araçatibinha
Nesta noite, preferimos por jantar fora em vez de cozinhar no camping e fomos comer uma boa pizza num lugar chamado “Casa da Maria Amélia – Restaurante e Pizzaria“. #Recomendo!
Algumas fotos
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5º dia – 10-01-2018
Deixamos o Camping do Bené às 8h35 e nosso destino do dia foi a Praia de Aventureiro.
Durante o percurso, pouso após passarmos pela Praia de Araçatibinha, existe um caminho para Praia de Provetá, porém queríamos dar uma passada na Praia de Itaguaçu, para nadar um pouco.
Vale a pena! É uma ótima prainha para fazer flutuação.
Algumas fotos
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Por volta das 11h, chegamos à Praia Vermelha.
#Dica: Se você estiver sem pressa, existe uma trilha para conhecer a “Gruta do Acaiá” e lá ocorre um efeito visual muito bonito. No verão, por volta das 14h, a luz do sol atinge o mar, gerando um efeito de “água iluminada” dentro da gruta.
Como gostaríamos de chegar à Praia de Aventureiro neste dia, optamos não ir à Gruta do Acaiá, então seguimos nosso rumo.
Por volta das 13h20, chegamos à Praia de Provetá, onde fizemos uma parada para comprar comida, tomar um sorvete, gatorade e afins, para dar uma energia a mais antes de continuarmos nossa jornada.
Algumas curiosidades sobre Provetá:
– É o 2º maior núcleo populacional da ilha;
– É uma comunidade de pescadores e religiosa da Assembléia de Deus, que tem começado a abrir-se ao turismo;– Sua população local costuma banhar-se no mar de roupas;
– As casas geralmente são voltadas para a rua principal e não de frente para o mar.
Depois de comprarmos comida, era hora de voltar a andar.
Seguimos pela rua principal por um tempo e depois seguimos em direção à praia. E preciso dizer.. Que praia bonita!
Mais adiante, seguindo em direção à subida da trilha, fizemos mais uma parada para pegarmos água na bica.
Durante o caminho existe um mirante, que serve de ponto para tomar um ar, vislumbrar a Praia de Provetá e suas belas cores.
Chegamos à Praia de Aventureiro por volta das 16h20, sendo que Falco chegou um pouco antes e aproveitou para matar sua sede com uma cerveja bem gelada, bem como já havia cotado um camping.
Após montarmos nossas barracas no Camping do Luis, ficamos relaxando na praia até o anoitecer.
Algumas fotos
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6º dia – 11-01-2018
Optamos por ficar um dia pela Praia de Aventureiro para aproveitar a região e “descansar”.
Às 9h30 Rosana e eu deixamos o camping, para fazermos a trilha do Mirante do(a) Sundara + Pedra da Espia e o Falco preferiu ficar pela praia apenas relaxando.
Logo antes de adentrar à trilha, já nos deparamos com o famoso “Coqueiro Deitado”, cartão postal da Praia de Aventureiro.
A subida da trilha, leva em torno de 30 minutos e de lá, é possível ter uma bela vista panorâmica da Praia de Aventureiro, bem como a visão para o mar aberto.
Além destas vistas, é possível visualizar as Praias do Demo, Sul, do Leste e Parnaioca.
Depois da trilha, voltamos ao camping para buscar o snorkel e chamar o Falco para nadar, bem como tirar a foto debaixo do Coqueiro Deitado.
Fotos do dia
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7º dia – 12-01-2018
Partimos do camping do Luis às 9h, com o nosso objetivo traçado para chegarmos à Praia do Caxadaço, mas com a possibilidade de pernoitar na Praia de Dois Rios, caso o cansaço chegasse primeiro.
Após cruzarmos a Praia do Sul, nos deparamos com muito lixo no trecho de acesso ao mangue (divisa entre a Praia do Sul e do Leste).
Por ser uma praia na demarcação de Reserva Biológica, controlado pelo INEA e de acesso restrito, o lugar estava mais sujo que as praias de livre acesso.
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Por volta das 12h30, chegamos em Parnaioca, fizemos uma rápida parada no Camping do Silvio, apenas para completarmos nossa água e seguimos nosso caminho.
Pode-se dizer que a Praia de Parnaioca, sofreu muito na época em que o Presídio de Dois Rios estava ativo, pois era comum a fuga de presos que fugiam para lá, faziam moradores reféns, os assaltavam, bem como invadiam as propriedades em busca de refúgio e comida. Ah sim… também ocorriam alguns assassinatos.
Parnaioca que chegou a ter mais de 1000 habitantes hoje, abriga poucas famílias, que resistiram ao período e se negaram a deixar o local. Hoje estes vivem da produção de subsistência e dos turistas que chegam para acampar.
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-parnaioca-ilha-grande.
#Dica: Caso queira queira dar uma passada no Mirante de Parnaioca / do João, dê uma olhada neste tracklog!
Ainda no caminho para Dois Rios, fizemos uma parada pra um lanche por volta das 14h30.
Trata-se de um trecho bem bonito onde há uma nascente e sua água escorre por cima pedra que está no caminho da trilha. Local bastante convidativo para uma paradinha.
Seguindo pouco mais adiante, a próxima parada foi na Figueira Gigante, que chama muito a atenção pela sua altura e largura de seu tronco.
Às 16h13, chegamos à Toca das Cinzas, também chamada de Gruta dos Escravos.
Um pouco da história:
“Atualmente a entrada da Gruta é fechada, pois sofreu um deslisamento. Com isso, passa uma imagem difícil de acreditar, que em seu interior, já chegou a abrigar 1500 pessoas.
Antes da chegada dos portugueses, ela era usada por índios, onde realizavam seus rituais, bem como assavam seus inimigos em um grande banquete.
Já no período da escravidão, era um local que servia de quarentena aos escravos, até que fossem “distribuídos” pelas fazendas da ilha. Estes dançavam e choravam sua saudade da terra natal ao redor de fogueiras.
O nome “Toca das Cinzas”, se deu pelo fato do acúmulo de cinzas, das inúmeras fogueiras que foram utilizadas para preparo de comidas, proteção contra animais ou mesmo para aquecimento.”
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-parnaioca-ilha-grande
Algumas fotos até aqui
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Às 16h50 chegamos à Praia de Dois Rios, onde fizemos uma parada no único bar da vila, para tomar algo, ou mesmo comer um lanche.
A vila se chama Dois Rios, por questões óbvias, pois nos dois extremos de sua praia, existem rios desaguando diretamente no mar.
Esta praia também é um ponto importante da história da ilha e do país. Sua administração, bem como de toda a Ilha Grande, já foi de responsabilidade do Governo Federal, então senta que lá vem mais história:
“Antes do presídio, Dois Rios já foi palco de guerras entre fazendeiros e corsários.
Também foi sede da maior fazenda da Ilha Grande, onde eram cultivados café e cana-de-açúcar.
No ano de 1884, segundo historiador Vieira de Mello, a fazenda foi vendida para a coroa brasileira, a fim de compor o complexo do Lazareto.Com a compra, a fazenda ficou voltada para a produção e abastecimento de alimentos, bem como ajudou proteger as matas, preservando assim, os mananciais de água que abasteciam o Lazareto.
Em 1903 foi construída a Colônia Penal de Dois Rios, voltada para presos que cometeram crimes comuns.
Em 1940, a cadeia no Lazareto de Abraão, passou por outra reforma e recebeu o nome de “Colônia Penal Cândido Mendes”.Os presos comuns de Dois Rios foram transferidos para lá, pois esta última passaria a receber presos políticos da 2ª Guerra Mundial.
Esse fato tem relação com a Ilha de Fernando de Noronha, pois esta era responsável pelo cárcere dos presos da 2ª guerra até então, e seu controle foi cedido aos norte-americanos, para utilização como base Aero Naval, ocasionando assim, a transferência de presos para a Ilha Grande.
Nesta mesma época, foi construída a estrada que liga Dois Rios à Vila de Abraão, utilizando-se de mão de obra dos presos comuns. A marinha foi responsável por transportar tratores à ilha, para que as obras fossem realizadas.
Em 1954, os presos comuns foram transferidos de volta para Dois Rios, este agora recebendo o nome de “Colônia Penal Cândido Mendes” e o anterior no Abraão, voltou a ser conhecido como Lazareto.
A unidade de Dois Rios, também abrigou presos famosos como o escritor Graciliano Ramos, preso em 1936 acusado de envolvimento com a “intentona comunista”.
– Para quem desconhece o fato, a “intentona comunista” foi um Movimento militar tenentista, com influência comunista, liderado por Luis Carlos Prestes em 1935, contra o governo de Getúlio Vargas.Anos após sua saída, Graciliano Ramos produziu a obra “Memórias do Cárcere”, que relata sua visão do momento político e sua experiência durante a reclusão, porém morreu antes de concluir o capítulo final e sua obra foi publicada de forma póstuma, em setembro de 1953.
Em 1970, já no Regime Militar, foi a vez do jornalista e escritor, Fernando Gabeira, ser preso na unidade de Dois Rios.Gabeira foi guerrilheiro e militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e participou do sequestro de Charles Burke Elbrick, um diplomata norte-americano e embaixador dos Estados Unidos no Brasil, no período entre 1969 e 1970.
Antes de ser preso, Gabeira foi baleado em sua fuga, sendo atingido nas costas, tendo fígado, rim e estômago perfurados.
Sua liberdade ocorreu em junho do mesmo ano, devido negociações em troca de 39 presos, pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que também havia sido sequestrado.
Após isso, seu grupo foi banido do país e embarcado para Argélia.
Durante o exílio, Gabeira morou em diversos países como Chile, Suécia e Itália.
Após regressar ao Brasil em 1979, escreveu o livro “O que é isso companheiro?”, onde relata sua visão do momento político da época.
O presídio de Dois Rios, também ficou famoso nos noticiários de 31 de dezembro de 1985, quando o traficante de drogas, José Carlos dos Reis Encina, mais conhecido como “Escadinha”, teve sua fuga do presídio junto de sua esposa com a ajuda de um helicóptero.O resgate foi coordenado por José Carlos Gregório, o “Gordo”, que alugou um helicóptero e obrigou o piloto a pousar na área de alojamento dos visitantes, realizando a fuga sem que a polícia tivesse tempo hábil para uma ação.
Escadinha e seu irmão foram fundadores da facção criminosa conhecida como “Falange Vermelha”.
As atividades da Colônia Penal Cândido Mendes foram encerradas em 1994 e sua estrutura interna demolida.Em 2009 deu lugar ao “Museu do Cárcere (MUCA) – Ecomuseu Ilha Grande UERJ”. Porém hoje, infelizmente também desativado, por falta de pagamento aos funcionários e verba para mantê-lo.”
Fontes:http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-de-dois-rios-ilha-grande;
https://www.ilhagrande.com.br/ilha-grande/historia/presidios/;
https://www.ilhagrande.com.br/praias/dois-rios/;
http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/graciliano_ramos/comuni.html;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_Grande_(Angra_dos_Reis);
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escadinha;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Revolucion%C3%A1rio_Oito_de_Outubro;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Burke_Elbrick;
https://seuhistory.com/hoje-na-historia/nasce-o-politico-e-escritor-fernando-gabeira.
Bom, chega de história! Continuando o relato… 🙂
#Dica: No trecho sul da Praia de Dois Rios, existe uma trilha para chegar ao seu mirante. Então caso tenha tempo sobrando, vale a pena pegar algumas orientações na vila antes de seguir.
Enquanto estávamos no bar, conhecemos Teresa e seus dois filhos, Pedro e João, que estavam na ilha desde antes do ano novo, realizando o percurso sem pressa alguma, vivendo cada momento possível.
Conversa vai e conversa vem, e a gente precisava saber se era possível pernoitar em Dois Rios, já que é proibido acampar.
Segundo o rapaz do bar, a permanência no local é permitida apenas em caso de algum morador oferecer abrigo e nos indicou uma pessoa que costuma fazer isso aos visitantes.
Então fomos ao endereço, porém… sem chance!
O lugar é todo pichado e cheio de lixo pela área de fora.
Por sorte, o morador não estava, assim não foi preciso darmos nenhuma desculpa para não ficarmos. 🙂
Vale ressaltar que a vila possui cerca de 150 habitantes e atualmente é administrada pela UERJ. Seus moradores locais, no geral são funcionários da mesma e vivem nas casas padronizadas, construídas no início do século XX.
Para quem assistiu ao seriado “Lost”, vai ter a sensação de estar na vila da “Iniciativa Dharma”, ou mesmo em alguma cidade fantasma.
Algumas fotos
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Hora de seguirmos para a Praia do Caxadaço!
Mas primeiro, uma dica importante!
#Dica: Antes de sair de Dois Rios, bem próximo à igreja, um guarda numa guarita costuma parar as pessoas para perguntar onde estão indo. Responda que está seguindo para Abraão.
Seguimos nosso caminho para o Caxadaço e agora, na companhia de Teresa e seus dois filhos.
O percurso é até que rápido, cerca de apenas 3km desde a saída de Dois Rios e com poucas elevações no trajeto.
Durante a caminhada, nos distanciamos um pouco da família seguindo nosso ritmo, e chegamos ao local de nosso acampamento às 19h10.
Este foi o dia mais longo de nossa volta pela Ilha Grande, com cerca de 21km, lembrando que saímos de Aventureiro às 8h40.
8º dia – 13-01-2018
Levantamos cedo, tomamos nosso café e fomos aproveitar a Praia do Caxadaço.
Essa pequena praia, de água na cor azul esverdeada, é excelente para mergulhos e flutuação.
E claro, também é parte da nossa história:
No passado, Caxadaço foi habitada por uma população indígena da etnia Tupinambá.
É possível encontrar vestígios de afiamentos de pontas de flechas e machadinhas em rochas dali.
O local é bastante propicio para viver, haja visto que é abrigado por rochas e há fonte de água doce em abundância.
Como a praia é curta, tendo apenas 15m de extensão e cercada de rochas, fica totalmente invisível para quem olha a partir do mar.
Essa era uma proteção natural usada de forma estratégica pela tribo que lá vivia.
Porém com a chegada do contrabando de escravos, contrabandistas passaram a usar da mesma estratégia, se aproveitando para driblarem a Marinha Britânica que combatia esse tipo de comércio.
Pelas trilhas é possível encontrar calçamentos feitos por pedras, que foram feitos pelos escravos.
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-caxadaco-ilha-grande
Subimos na grande rocha que existe lá, onde foi possível deslumbrarmos de toda a beleza daquela pequena praia e ainda tivemos a sorte, de sermos agraciados pela presença de uma bela tartaruga marinha.
Claro que também não poderia deixar de nadar naquela água e observar a fauna mais de perto. Lugar fantástico!
Nós tínhamos a intenção de pernoitar por lá mais uma noite, mas logo o desejo foi se tornando desconfiança.
Era sábado e não demorou muito para que chegassem barcos na praia do Caxadaço.
Lotados de turistas e com som alto, quebraram totalmente aquele clima de paz do lugar.
Naquele momento, me senti igual aos índios com a chegada dos portugueses.
Por segurança, fomos para próximo de nossas barracas e algumas pessoas perguntaram se estávamos acampando. Respondi que não e que apenas havíamos montado as barracas, para trocarmos de roupas.
É totalmente proibido acampar ali, pois esta área é pertencente ao Parque Estadual da Ilha Grande, sob a responsabilidade do INEA.
Estamos cientes de que fizemos algo proibido. Porém me pergunto se a nossa presença acampando ali, era prejudicial ao ambiente, haja visto que não estávamos a atrapalhar a tranquilidade do lugar, nem mesmo estávamos desembarcando dezenas de turistas com música alta, afugentando a fauna marinha ou terrestre e muito menos deixando lixo para trás.
Um casal que também estava acampado lá, nos alertou sobre relatos sobre de fiscais do INEA, que costumam fazer visitas surpresas, junto aos turistas, para checarem se há acampamento irregular, a fim de multar bem como confiscar equipamentos.
Então foi aí que nosso desejo de permanecer se tornou desconfiança, nos motivando a partir e continuar o percurso.
Algumas fotos
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Por volta das 12h15, partimos da Praia do Caxadaço seguindo em direção à Praia de Palmas.
No caminho fizemos uma rápida parada na Praia de Santo Antônio e depois seguimos para Lopes Mendes, onde chegamos às 16h20.
Ficamos um tempo maior por lá, pois a praia é realmente bem encantadora e bastante frequentada ao longo de seus 3km de extensão.
#Dica: Para quem faz o percurso e pretende seguir para o Farol dos Castelhanos, também existe uma trilha a partir de Lopes Mendes. Para isso recomendo dar uma olhada nesse tracklog!
Lá vem mais história! 😛
“Assim como boa parte das praias, Lopes Mendes também foi habitada por índios.
Após colonização e com os índios já pacificados, Lopes Mendes chegou a possuir uma fazenda, voltada principalmente para a criação de gado.
Porém não era fácil atracar bascos de grande porte em Lopes Mendes, devido a sua praia ser oceânica e ter boa incidência de ondas. Geralmente o atracamento ocorria na praia vizinha, chamada de Praia do Pouso.
Em determinado momento, já na época do presídio, Lopes Mendes era em sua maior parte habitada por caiçaras e também possuía um mangue, porém um alemão chamado Peter, que também vivia lá, o secou com a plantações de eucaliptos, bem como construiu um aeroporto improvisado.
Nas lagoas que sobraram, Peter introduziu jacarés, que se reproduziram e seus descendentes estão lá até hoje, bem como chegaram a alcançar outras praias, como a de Palmas.
Lopes Mendes também já foi local para contrabando de bebidas, armas e drogas, e seus contrabandistas usufruíam do aeroporto construído por Peter para partir.
Como se já não bastasse, Lopes Mendes chegou pertencer a um banco e quase chegou a tornar-se um resort de acesso exclusivo aos hóspedes. Após protestes do “Movimento Nossa Praia”, realizando um grande cordão abraçando simbolicamente os 3km de praia, conseguiram chamar a atenção das autoridades, impedindo assim que o projeto fosse adiante.
Com a ampliação de Parque Estadual, Lopes Mendes passou a fazer parte e permaneceu com seu acesso livre para todos.”
Fonte:
http://www.ilhagrande.org/pagina/historia-lopes-mendes
Seguimos nosso caminho, passamos pela Praia do Pouso, onde é possível ter acesso à um bar flutuante, cujo seu dono, também construiu sua casa de forma flutuante, próximo às rochas da lateral direita.
Perto das 18h, chegamos à Praia de Palmas e ficamos no camping de mesmo nome.
Lugar bem tranquilo, com um bar na sua entrada, onde nosso amigo Falco fez questão de tomar uma cerveja bem gelada e aproveitar o mar antes de escurecer.
Rosana e eu ficamos nos divertindo em uma corda que serve de balanço no local.
Algumas fotos
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9º dia – 14-01-2018
Este foi o nosso ultimo dia de caminhada pela ilha e após levantarmos, fizemos as coisas sem pressa nenhuma.
Rosana e eu demos uma volta pela praia para conhecer um pouco ao redor, bem como nadar, então apenas por volta das 12h, saímos do Camping Palmas seguindo a rota para Vila de Abraão.
Algumas fotos
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São apenas cerca de 3,7 km, desde a Praia das Palmas até o Abraão.
A rota segue com pouca elevação, saindo da cota do nível do mar e chega até 150 m de altitude cruzando o morro. Não há bifurcações e o caminho leva até ao lado de pequena praia chamada “Praia da Júlia”, vizinha do Abraão.
Chegamos à vila às 13h30 e fomos procurar um camping bacana.
Como não curtimos muito o camping do Bicão, procuramos uma outra opção e achamos o Cantinho da Vila, que já citei no começo do relato.
Recomendo fortemente esse lugar por ter o mesmo preço e ser mais organizado. Os locais para as barracas são demarcados, o banheiro é bem limpo e o espaço da cozinha comunitária é bem amplo, inclusive contendo utensílios que podem ser usados pelos campistas.
Algumas fotos até aqui
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Por volta das 15h30, após deixarmos nossas barracas montadas, seguimos para a trilha do Pico do Papagaio.
O nome do pico é um pouco óbvio, pois visto desde a Praia do Abraão nos lembra uma ave.
Esse é o 2º pico mais alto da ilha, possuindo cerca de 960 m de altitude, perdendo apenas para o Pico Pedra d´Água com seus 1031 m de altitude.
Sobre o Pico Pedra d’Água, caso tenha interesse em ler mais a respeito, segue um relato bem legal que encontrei do Luís Felipe Almeida dos Santos: https://aventurebox.com/luisfelipeads/expedicao-para-a-pedra-d039agua-cume-da-ilha-grande-rj/report
A trilha é bem definida, porém existem alguns trechos onde cruzam riachos e rochas que podem causar um pouco de confusão, mas nada de mais.
Existem alguns mirantes falsos já quase no final, então vale seguir nosso tracklog para chegar ao topo com maior certeza.
Chegamos ao cume do Pico do Papagaio, por volta das 18h20. De lá é possível ter uma boa visão de algumas praias.
Da esquerda para a direita:
Saco do Céu, Abraão, a ilha das Palmas logo após o morro à direita de Abraão, Lopes Mendes e Dois Rios + ilha da armação à sua frente.
Também é possível avistar a Ilha de Jorge Grego, pouco mais adiante na vista para Dois Rios já em mar aberto.
Voltando sua vista para a direção do Abraão, mais adiante se vê a Restinga da Marambaia e a Ilha Guaíba à sua esquerda, onde existe um terminal de carga e descarga de minério.
Após voltarmos ao camping, fomos até uma pizzaria em frente, para comemorarmos a conclusão da volta pela Ilha grande e mais um início de ano fazendo trilha entre amigos!
Algumas fotos
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Pico do Papagaio, Ilha Grande. –
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