A Marins x Itaguaré é recomendada somente para pessoas experientes, pois exige muito esforço e preparo físico.
A travessia foi meio combinada em cima da hora, fomos em sete no total, contando comigo, Rosana, Renan, Otniel (Trip sem grana e Exploradores) convidamos a Gisely Bohrer do blog “A Montahista“, que foi acompanhada de Carlos Junior (Blog Trekking e travel) e também do amigo Thiago Henrique .
Saímos de São Paulo às 5h do dia 1º de maio de 2014, com trânsito bastante livre e fizemos uma rápida parada pra um café da manhã e encontramos o Renan + Otniel.
Seguimos viagem para a base do Marins e na subida pela estrada, também nos deparamos com o Divanei, Valdemir (Dema) e Marcos Piccoli, que vinham a pé desde Piquete, acredito eu.
“Esses fizeram uma verdadeira jornada, de quase 100km em quatro dias, pois emendaram a travessia da revolução de 32 após Marins x Itaguaré.
Quem quiser ler a aventura deles, clique aqui.”
Chegamos no acampamento Base do Marins às 10h, onde também existe um estacionamento.
Combinamos o resgate com o Milton Gouveia, o valor de R$ 200 e também tem a possibilidade de deixar sua chave com ele e fazer resgate com seu veículo, aí o valor cai para R$ 70 / grupo.
Atualização 05/10/2017:
“Atualmente o Milton não mora mais no acampamento base, estando lá diretamente o proprietário, que também faz o trabalho de resgate. Então você pode combinar com ele diretamente através do: 12 99709-4527 ou 12 996062531 – falar com Dito ou facebook da Silva.
O Milton entretanto, ainda atua na região, podendo ser contratado como guia, ou também fazer o resgate. E seu contato é o (11) 99770-1991 ou pelo facebook.”
Abaixo segue o tracklog do percurso que realizamos:
Vídeo resumo:
Veja todas as fotos desta travessia em nosso álbum no flickr!
Finalmente iniciamos nossa jornada às 10h30.
Em 40 minutos de caminhada já estávamos no Mirante próximo ao Morro do Careca, descansamos, tiramos algumas fotos e fomos pegar água para os dois dias de pernada.
Depois desse trecho o grupo foi se dividindo em partes.
Rosana como de costume foi tomando a frente e sumiu de nossas vistas, Renan estava mais perto dela, eu fiquei um pouco para trás chegando a ficar junto de Thiago, Otniel, Gisely e Jr, mas após passarmos o trecho da corda no Marins, o grupo ficou dividido em três, sendo que Thiago e eu ficamos pouco mais adiante de Gisely, Junior e Otniel.
O lugar estava bastante lotado!
Havia um grupo de escoteiros do “Cooper Cotia” fazendo a travessia também, com um total de 15 jovens.
Conforme íamos caminhando, ultrapassávamos as pessoas que haviam iniciado a caminhada mais cedo.
Rosana e Renan chegaram no topo do Marins às 15h15, e já reservaram lugar para o acampamento do grupo.
Thiago e eu chegamos 15h30, Gisely e Junior por volta de 16h e Otniel às 1630.
Havia um vento muito forte no topo, era possível inclinar o corpo e não cair de tão forte e algumas barracas precisaram ser remanejadas para ficarem mais protegidas.
Ao cair da noite, o frio foi aumentando também, céu parcialmente encoberto, mas era possível admirar as estrelas assim mesmo.
Algumas fotos desse dia
[envira-gallery id=”4797″]
2º dia – 02-05-2014
Por volta das 0h30, a ventania parou e levantei um pouco da barraca. Me deparei com o céu limpo e bem estrelado. Valeu a pena!
Levantamos antes do amanhecer às 5h50, para assistir ao nascer do sol.
O horizonte estava limpo, com belas cores que iam desde o tom laranja avermelhado até o azul bem escuro.
O sol saiu de trás da Pedra da Mina às 6h20, depois de muitas fotos, fomos nos preparar para a jornada em direção ao Pico Itaguaré.
Pegamos algumas dicas sobre água com um rapaz chamado Hugo, que já havia feito o percurso.
Um amigo de Hugo que não faria a travessia, estava com água sobrando e me cedeu 1L.
Iniciamos a descida do Marins às 7h55, nossa jornada ainda contava com a passagem pelo “Pico Marinzinho”.
Na subida para esse pico, encontramos o grupo de escoteiros novamente, passamos por eles na subida.
Mais adiante passamos passamos um grupo de turistas que estava acompanhado de dois guias, sendo o “Zé” e o “Guto Guia”.
Nesse momento, Otniel, Gisely, Junior e Thiago ficaram bem para trás e começamos a ficar sem sinal deles no percurso.
Alcançamos o topo do Marinzinho às 9h40.
Pouco depois de descermos a corda no Marinzinho, o Otniel começou a se aproximar de nós.
Em alguns momentos, já na subida em direção à “Pedra Redonda”, Renan gritava seu nome e Otiniel respondia claramente, mas ele já não tinha mais notícias da Gisely, Junior e Thiago.
Segundo Otniel, o Junior não estava muito bem, estava com alguns problemas estomacais e estava indo num ritmo um pouco mais lento que no dia anterior.
Continuamos na subida íngreme para “Pedra Redonda”, paramos à sombra dela para dar uma descansada e tomar um pouco de água. (11h50).
Lá encontramos um rapaz de Curitiba, que estava à frente de seu grupo, que vinha com o apoio dos guias.
Após um pouco de conversa, retomamos a caminhada.
Algumas fotos até aqui
[envira-gallery id=”4813″]
O percurso era bem pedregoso. Posso dizer que do Marinzinho até Itaguaré, fizemos 3x mais esforço, do que no primeiro dia até o Marins.
Não é só pelo fato do terreno ser acidentado, mas também por existirem muitos trechos de “trepa pedra”.
Nossa água foi acabando, o dia estava ensolarado, sem vento e a temperatura era por volta dos 26°C.
A frequência de minhas paradas e de Renan para descanso foram aumentando.
Rosana por vezes ficava impaciente comigo quando parava, porém eu realmente precisava parar, descansar e dosar a água para durar até chegarmos na nascente na base do Itaguaré.
Alguns momentos achei que desmaiaria na trilha, pois estava exausto e preocupado com água.
Por sorte do destino e azar de alguém, Rosana achou uma garrafa de 1L cheia! \o/ Renan como já estava sem água alguma, ficou com a garrafa no percurso.
Deste ponto em diante, não tínhamos mais sinal do Otniel. Gritávamos e ele não respondia, porém não estava distante de nós, ele apenas estava economizando forças segundo ele. rs
Minha água acabou em determinado ponto, Renan dividiu um pouco comigo e também com a Rosana que já estava sem, porém não queria receber água por teimosia sem necessidade, mas ficou com parte assim mesmo, pois peguei a garrafa dela e Renan colocou.
Mesmo assim, ao passarmos por algumas bromélias, olhávamos a água e pensávamos em tomar, mas como ainda tínhamos água limpa, fomos segurando as pontas.
Já no pé do Itaguaré, procurávamos pela trilha para a área de acampamento. O tracklog nesse ponto estava um pouco confuso, mas ao visualizar o gps sem zoom, foi possível ver o caminho correto.
Após corrigirmos o percurso e seguir a trilha para o acampamento, o guia “Guto” nos alcançou e contou a boa notícia de que a nascente estava a apenas 50m de nós.
Nossa alegria foi ao extremo e seguimos a trilha até lá.
(17h30) O Guto com toda boa vontade, nos mostrou a nascente, ajudou recarregar nossas garrafas e também contou que o Otniel estava vindo com o grupo dele, pois já estava sem água e dava sinais de que passaria mal.
Não demorou nada e Otniel apareceu na nascente enquanto pegávamos água.
Importante:
“Jamais deixe um companheiro de trilha se afastar de mais! Otniel havia ficado para trás, porém havia nos assegurado que seguiria num ritmo mais lento, mas que chegaria. O mesmo estava munido de GPS e também possui boa experiência. Entretanto, acabou precisando de ajuda do Guto. Ficou como uma boa lição aprendida para nós e espero que sirva de exemplo também!”
Seguimos para a área de acampamento, montamos nossas barracas.
Rosana preparou a janta para nós e podemos dizer que estava maravilhosa, pois a fome e a sede, faziam a comida ficar melhor do que já era.
Pra ajudar, no dia anterior nossa janta tinha sido pizza fria, então uma sopa quente com calabresa e legumes veio muito bem a calhar nessa noite.
Já estávamos desacreditando que Gisely, Junior e Thiago chegariam no acampamento, mas às 21h eles chegaram!
Contaram que tomaram água de bromélia, mas que também acharam água dentro de uma pedra que ficava gotejando e que isso salvou o dia deles.
+ algumas fotos
[envira-gallery id=”4821″]
3º dia – 03 de maio de 2014
No dia seguinte, acordamos bem cedo para fazer o ataque ao Itaguaré.
Rosana, Renan e eu chegamos no topo às 6h30, o sol já havia nascido nessa hora, mas deu para apreciar o amanhecer assim mesmo.
Depois seguimos para o outro lado do Pico, para poder subir no ponto mais alto. Nessa hora o guia do outro grupo e nossos outros amigos chegaram também.
Mais uma vez o Guto deu uma mão. Ele subiu primeiro, e ajudou o restante a subir para poder apreciar a paisagem de lá.
Após fotos, risadas e tudo mais, descemos para a base, tomamos um chocolate quente, conversamos com o pessoal que estava com os guias e fomos desmontar nosso acampamento.
Por volta das 9h50 inciamos nossa descida para o descampado onde encontraríamos o resgate. A descida é bem íngreme, e precisa de atenção para não machucar os joelhos ou causar alguma torção.
Já na parte baixa da trilha, existe um riacho que serve de ponto de água. Paramos um pouco, refrescamos, descansamos e seguimos para o ponto de chegada.
Lá já haviam muitas pessoas, um grupo de cariocas e seus amigos que não fizeram o ataque o Itaguaré, e carros para resgate de outros grupos.
Nosso resgate estava marcado para às 14h, porém o grupo de escoteiros que pegaria o resgate às 12h não estava lá e não chegaria tão cedo, então conseguimos 2h de adianto nesse quesito.
Após chegarmos na base do Marins novamente, tomamos banho, nos arrumamos, batemos um papo rápido com o Milton e seguimos de volta nossa viagem para São Paulo.
Algumas fotos
[envira-gallery id=”4825″]
Vídeo do Thiago:
Agradecimento especial ao “Guto Guia”, por ajudar com água, dar suporte ao Otniel e todo o companheirismo.
Dicas e informações:
#Dica: Comece a caminhada cedo, até umas 10h para poder chegar com claridade ao Pico dos Marins;
#Dica: Pegue bastante água para a travessia, no mínimo 4L. É possível pegar água próximo ao Morro do Careca, conforme consta no tracklog.
#Dica: Na base do Marins, (ponto antes da subida ao Pico), existe um pequeno riacho, porém a água está contaminada. Numa emergência, se sentir que precisará de mais água, pegue água neste ponto, ferva ou ao menos use um hidrosteril;
#Dica: Agende seu resgate ou negocie-o antes de seguir viagem, isso evitará dores de cabeça se for em algum feriado. Então você pode combinar com o proprietário diretamente através do: 12 99709-4527 ou 12 996062531 – falar com Dito ou através do facebook de Paulo Roberto Silva.
O Milton entretanto, ainda atua na região, podendo ser contratado como guia, ou também fazer o resgate. E seu contato é o (11) 99770-1991 ou pelo facebook;
Caso surjam mais dúvidas, basta mandar nos comentários! 😉
Thanks for sharing. I read many of your blog posts, cool, your blog is very good.